domingo, 24 de fevereiro de 2013

A FILOSOFIA DA REVOLTA HISTÓRICA NO JARDIM DO ÉDEN (parte 2)

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Carl Schmitt definia a política como aquele campo da ação humana onde, não sendo possível nenhuma arbitragem racional das divergências, só resta a pura luta pelo poder, a arregimentação dos "amigos" contra os "inimigos", sob a bandeira de uma "decisão", de um ato de vontade indiscutível e inquebrantável.

(…)

Quando aquilo que era "anormal" nas épocas "normais" se torna a norma de uma política diabólica, a história voegeliniana das ordens se torna a descrição schmitiana da desordem reinante.

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Não sou pária nem estou parado,

vivo o meu tempo com a pressa da civilização urbana contemporânea na irracionalidade da estupidez da inteligência política materialista,

sempre em sintonia e no comum acordo das partes democráticas no plateau.

 

Também não sou Cidade,

sou Aldeia Grande,

aquela comum com a generalidade banal da vida coletiva das pessoas,

numa resposta breve e certa a puras estratégias de geografia político-partidária misturada pela regulamentação pouco simétrica do campus do jogo.

 

E não obstante todos os sentidos transcendentais em moeda corrente envolvidos na música do nosso contentamento continuo a ser apostólico e romano por conveniência de serviço (…),

mas às vezes tenho dúvidas ideológicas na significância do “resto” da frase.

 

De facto, poderão parecer imagens (minhas) falaciosas de “sentimentos deprimidos”,

nas opiniões profissionais de génese intelectual discutível,

mas na verdade e a sério apenas indignação em voz alta em conversas de prazer com pessoas inteligentes,

como tu és,

numerado de raiz em capicua de formato insidioso,

sempre sério e sorridente com as revoltas do despudor político de quem não conhece a verticalidade do pensamento uno e coletivo com a grande comunidade de pessoas que formam o campus humano da Sociedade Pós-Moderna.


E eu sei que esta prosa será, em variação de manobra defensiva de receio sempre omnipresente com a efervescência da revolta, a mais pura “conversa da treta” mas também, por um outro lado bastante incómodo e “urticário” a mais pura verdade “de los factos” disponíveis à vista desarmada.

 

E deve entender-se (nesta leitura) a Sociedade Moderna situada no tempo histórico do Estado Novo com as suas peripécias de “terra pós-queimada”,

no ainda rescaldo posterior à “antiguidade clássica” dos impérios nobiliárquicos da monarquia liberal,

numa classificação um tanto empírica quanto genuína no sentido estético do Significado Político sempre emergente e permanentemente pós-moderno, tudo com notável clareza no sentido mais elevado daquela “pop music coimbra invader”.


{naturalmente pelo direito normal adquirido em provas de resiliência intelectual dura e complicada, e por essa via direitos sérios, incontroláveis para a ordem natural e normal das “coisas”, e bem-feitorias pouco normais e inatingíveis a “gente do povo real”}



[…]


Palavras esquisitas para decifra interessada em charadas de inteligência humana.


[…]

 


Este país político pode perfeitamente ter uma catalogação de “Biafra Ideológico” tal a dimensão da pobreza de espírito da prática política operacional e corrente nas mais elevadas instâncias de decisão do Estado,

pela amostragem das ONG da política portuguesa nas diferentes “companhias de governo” que excelente teatro produzem a diferentes níveis da altitude organizacional do Estado e da Nação Portuguesa.

 

Tudo muito elevado em cantorias que vão fazer história para as gerações vindouras “talvez” como jurisprudência de uma Nova Ordem política e social com a qual as “pessoas de bem do Estado” vão ter que aprender a viver e a conviver em alegre e salutar osmose dos profundos sentidos políticos e estratégicos.

 

[de facto, da população adulta quem não viu aquela produção celestial de Nagisa Oshima chamada “O Império dos Sentidos” (1976) que nesta história lusitana poderia perfeitamente ter expressão real numa visão em profundidade (também ela celestial) de Revolução AD Eternum intelecto-belicista de “Abril de 68” ??...]  

 


[…]

 


É curioso que a maior revolta que eu vi na minha jovem vida foi a “Revolta do Infralhão” que pôs fim a um ano de praxe pura, dura e violentamente militarista nos “campos de algodão” de uma Angola Colonial em exposição itinerante na Amadora (…).


(houve séria lambada, música brasileira que fez moda)

 


Enfim, conversas parvas e animadas contigo, besta inteligente (!!).



[…]

 


Como sempre sugiro uma leitura saudável e higiénica para o cérebro, neste caso sobre a Fisiologia da Revolta no “Paraíso Humano do Éden”.

Boa leitura.

 

 

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ANEXO – LEITURA BIBLIOGRÁFICA:

 

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“…

de:


 

Ordem e desordem

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 18 de dezembro de 2008

 

Carl Schmitt definia a política como aquele campo da ação humana onde, não sendo possível nenhuma arbitragem racional das divergências, só resta a pura luta pelo poder, a arregimentação dos "amigos" contra os "inimigos", sob a bandeira de uma "decisão", de um ato de vontade indiscutível e inquebrantável.

Para Eric Voegelin, no entanto, a política é essencialmente a busca da ordem, a permanente tentativa de construir e reconstruir, num microcosmo humano, aquilo que a consciência dos homens espiritualmente mais ativos, em cada época, possa ter discernido como Lei Divina, ordem cósmica, sentido da existência, etc.

 

Alguns estudiosos acham essas duas visões excludentes e incompatíveis. Os que simpatizam com Voegelin veem na definição de Schmitt não a descrição de uma realidade objetiva, mas a expressão sintomática da própria desordem dos tempos. Na sucessão histórica dos modelos de ordem conhecidos pelas várias sociedades humanas – a qual Voegelin diz que nem sempre é uma sucessão, mas às vezes uma simultaneidade confusa –, o modelo predominante nos tempos modernos é a ilusão gnóstica de um apocalipse terrestre, de uma mutação mágica da própria natureza humana, a ser operada não por uma intervenção divina quando da cessação dos tempos, mas aqui e agora, pela ação deliberada das massas sob o comando de intelectuais iluminados.

Mas, precisamente por isso, o conceito schmitiano da política não tem de se opor ao ensinamento de Voegelin, não tem de ser reduzido a um grito de revolta do doutrinário gnóstico contra a ordem divina.

Sendo indiscutivelmente isso sob certo aspeto, sob outro ele é uma descrição precisa de uma das formas principais de perversão que a política pode assumir quando inspirada na revolta gnóstica.

Nesse sentido, ele pode ser reinserido na visão abrangente de Voegelin sem contraditá-la no mais mínimo que seja. Esse conceito, de fato, exige que se retire da política muito daquilo que dela faz parte inerente, como por exemplo a "persuasão racional" que os retóricos antigos viam como o objetivo próprio da sua arte ao mesmo tempo em que entendiam esta última como o instrumento por excelência do político.

Na perspectiva schmitiana, a redução da persuasão à manipulação de sentimentos irracionais torna-se inevitável, mas quem negará que em certos momentos essa redução efetivamente acontece no reino dos fatos, criando uma espécie de política que é realmente schmitiana e pode portanto ser perfeitamente descrita nos termos de Schmitt?

A rebelião gnóstica e messiânica contra a ordem divina trancou as almas – e a política que elas fazem – no recinto exíguo da ação imanente, onde tudo o que resta a fazer é criar uma ideia e subjugar ou matar os que dela discordam. Os únicos instrumentos de ação que restam nessas circunstâncias são a manipulação e a violência.

A persuasão racional está excluída por hipótese. A política torna-se um reino diabólico, onde o Príncipe das Trevas se delicia na contemplação de esforços histórico-sociais tanto mais gigantescos quanto mais inelutavelmente condenados ao fracasso.

Essa política é o contrário do que Platão e Aristóteles chamavam de política, mas é, cada vez mais, a única política que temos. A teoria política de Schmitt está para a de Voegelin como a patologia está para a fisiologia, ou melhor, como a patologia de uma doença em especial – a mais disseminada de nosso tempo – está para a fisiologia geral.

Não há contradição entre elas, há apenas uma mudança de escala. Curiosamente, ambas essas filosofias políticas nasceram do impacto de uma mesma experiência: o advento das ideologias totalitárias de massa.

Schmitt fez desta experiência um modelo para a descrição de toda e qualquer política. Por um lado, isso é um exagero monstruoso porque resulta em espremer dentro dos parâmetros da modernidade a política de todas as eras e quadrantes.

Mas por outro lado é impossível deixar de reconhecer que a ameaça potencial dessa redução está presente em todas as políticas de todas as épocas, bastando uma leve descida do nível de consciência para que a persuasão racional se torne impossível e comece a guerra dos “amigos” contra os “inimigos”.

Foi isso que Clausewitz quis dizer quando definiu a guerra como “a continuação da política por outros meios”. Se nem toda política é guerra, a possibilidade permanente de transformar-se em guerra é uma das condições mesmas para que a política seja o que é e não se reduza a uma quente troca de ideias entre amigos.

Voegelin, por seu lado, buscou as origens da desordem moderna no próprio esforço humano milenar de construir uma ordem.

Ele não investigou o que a política tem de diferencial e específico, mas a raiz que ela tem em comum com os mais altos esforços humanos em todas as áreas da existência.

No reino de Satanás, não existem, com efeito, nem a ordem divina, nem as inspirações providenciais que permitem, às vezes, fazer da sociedade humana uma imagem do Logos eterno.

Ao mesmo tempo, a sucessão das ordens está viciada na base pela tentação gnóstica, que não é só um acontecimento histórico ocorrido numa certa data, mas um handicap estrutural permanente, apenas mantido sob controle quando possível.

Quando aquilo que era “anormal” nas épocas “normais” se torna a norma de uma política diabólica, a história voegeliniana das ordens se torna a descrição schmitiana da desordem reinante.

 

 

…”

 

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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

FILOSOFIAS SOBRE O JARDIM DO ÉDEN (parte 1)

http://fjjeparreira.blogspot.com


 

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“… The Story of Immigrants in America

Isn`t a Story of “Them,”

It`s a Story of “Us.”  It`s Who We Are.   …“

(Barack Obama, Janeiro2013)

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Não tenho sentimentos especiais,
na realidade sinto-me completamente “Desemocionado” com as mudanças estruturais na nossa aldeia do planeta,

porque “isto” teria que acontecer mais tarde ou mais cedo,
e vale muito mais ter acontecido agora do que noutra circunstância política e estratégica; 

 

Pelo menos a “solução” superou a crise em grandeza porque a qualidade medicinal das “respostas conhecidas” sobrepôs-se à elevação do mal motivado (…).

(admitindo a inspiração temporal associada…)

 

[….]

 

Admiro Joseph Alois Ratzinger, ou Papa Bento XVI eleito no Conclave de 2005 que terminou no dia 19 de Abril, não por razões católicas específicas ou sequer política vulgar de afinidades,
mas porque a “personagem” em questão herdou uma Igreja Católica completamente perdida e desarticulada no tempo histórico e na era da civilização moderna,

conseguiu ultrapassar oito anos de tempestade brutal e insidiosa, qual doença que gera conflitos “delicados” que normalmente dão pelo nome de Guerra (declarada e aberta num circuito estratégico fechado),

e conseguiu “dar um pulo” na história moderna da humanidade e, certamente (com toda a certeza),

irá ser recordado como o Sacerdote líder da Igreja Católica, Apostólica e Romana que (de forma humilde, generosa e iluminada) guiou o seu povo para o caminho da paz e a vereda do humanismo político, económico e social no seio dos povos.

 

Talvez a mais complexa e delicada “Crise” Política e estratégica mundial desde o fim da guerra civil americana em 1865,
tempo que “passou de passagem” por duas guerras mundiais na Europa,

também tempo de liberalismo monárquico em Portugal que viria a terminar em tragédia política,
ou os problemas mal resolvidos da “Pátria Histórica do Colonialismo” (simbólico) puro e duro.

 

[….]

 

A América descobriu com acerto e não tardiamente que tem uma vocação natural (intrínseca e extrínseca) para “Nação de Israel”;

 

E fê-lo pela voz do seu Presidente,
líder astuto e informado que entendeu os sinais da história e interpretou o tempo natural de mudança,

na conduta dos vetores do comando na sobrevivência transversal no interior da vida orgânica da selva,
lenta e lânguida na sua vista de domínio superior e natural sobre o caminho dos homens ocidentais da tribo.

 

(porque o cordão umbilical é segredo crítico de existência tendencialmente precária)

    

[….]

 

Aconselho uma leitura útil no texto que junto em anexo.

 

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ANEXO – LEITURA BIBLIOGRÁFICA:

 

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“…

 
de:
http://www.arcauniversal.com/mundocristao/series/noticias/lugares-da-biblia---o-jardim-do-eden-2989.html

 
 

Mundo Cristão

publicado em 23/04/2011 às 04h50.

Lugares da Bíblia - O Jardim do Éden

 

A primeira morada do homem, segundo referências bíblicas, ficava onde hoje se localiza o Iraque e parte da Síria, entre os rios Tigre e Eufrates, além de trechos submersos pelo Golfo Pérsico

Por Amanda Aron e Marcelo Cypriano

 

 

Segundo o livro de Gênesis, em seu segundo capítulo, quando Deus criou o ser humano nas figuras de Adão e Eva, deu-lhes como habitação uma vasta área repleta de fertilidade, de natureza exuberante, com o melhor em recursos vegetais, animais e minerais. A região, conhecida como Jardim do Éden, foi a primeira morada do homem e, conforme a descrição bíblica, ficava entre os rios Tigre e Eufrates, lugar posteriormente chamado Mesopotâmia, onde hoje se localiza o país do Iraque. A porção de terra descrita na Bíblia também abrange uma pequena parte do que hoje é a Síria. Outros dois rios também constam da descrição: o Pisom e o Giom.

 

 

No Éden, ao homem era permitido desfrutar de tudo o que a natureza oferecesse em se falando de alimento e abrigo, exceto os frutos da árvore do conhecimento do que era bom e mau. Adão e sua companheira, Eva, desobedeceram a única proibição que tinham e deram origem ao pecado, sendo expulsos pelo Senhor do jardim. Manipulados pela serpente para provarem do fruto proibido, romperam uma aliança muito íntima com Deus, expulsos do lugar que tudo lhes oferecia. Tiveram que, a partir daí, conquistar o alimento com o suor, trabalhando para seu sustento.

Como resultado do dilúvio, também descrito em Gênesis, a área conhecida como Éden foi inundada. Com as mudanças climáticas pós-diluvianas, a área tornou-se desértica.

Na Bíblia, quando o texto se refere a oriente e ocidente, toma como referência geográfica Israel, o que comprova a posição do atual Iraque, ao oriente. O texto das Escrituras atesta que o rio Tigre corre ao oriente da Assíria (atual Síria) correspondendo ao Tigre, hoje conhecido. Dos rios descritos na Palavra, apenas o Tigre e o Eufrates permanecem nos dias atuais. O Pisom e o Gion irrigavam o Éden. Hoje, não mais existentes no mapa, supõe-se que a área que ficava às suas margens esteja submersa no Golfo Pérsico.

Gênesis diz que Deus formou Adão do barro, da terra. O nome Adão, do hebraico, tem o significado de “vermelho” (adom), também significando, com pequena variação fonética (adam), “homem”. Não por acaso, o solo da região tem um forte tom avermelhado.

As evidências histórico-geográficas apontam que a região, hoje conturbada por conflitos e guerras, rica em petróleo (que também não por acaso é resultante do soterramento de grandes florestas da pré-história), é o berço da humanidade.

 

A disputa pela água

O fato de a área ser fartamente irrigada por grandes rios na época despertou o interesse de muitos povos por aquela região, por estar em terra úmida e propícia à agricultura, uma prática fundamental para a subsistência da população.

 

Os sumérios foram os primeiros a habitar a Mesopotâmia. Antes de ali se estabilizarem, eram nômades. Acredita-se que eles foram a primeira civilização do mundo e a eles são atribuídas as invenções da escrita e da roda. É difícil afirmar quando isso ocorreu com precisão. No entanto, historiadores, baseados em descobertas arqueológicas, acreditam ser em torno de 4000 a 3500 antes de Cristo (a.C.).

Diversos povos passaram pela região e conquistaram a Mesopotâmia. Impérios caíram e outros novos se ergueram. Um dos mais significativos foi o Império Babilônico, provavelmente estabilizado na região por volta de 1730 a.C. Entre os monarcas que mais se destacaram está Hamurabi (na ilustração), o responsável pela criação do código de leis mais antigo de que se tem história até hoje.

No século VII, a Mesopotâmia, conquistada por gregos e persas, foi sede de um vasto império árabe, que começou com a capital em Damasco, na Síria, e logo depois foi transferida para Bagdá, a cidade das “mil e uma noites”, devido a sua localização estratégica, próxima aos rios.

 

O Iraque contemporâneo

Entre 1658 e 1918, o Iraque fez parte do Império Otomano, composto principalmente por turcos. Após o término da I Guerra Mundial, o império foi desmembrado e nasceu o Iraque moderno, sob a tutela do Reino Unido. Essa decisão foi tomada pela Liga das Nações, uma organização dos países vencedores da guerra, com o aparente intuito de negociar um acordo de paz.

Contudo, os iraquianos não aceitaram a condição de dominação à qual foram submetidos pela Liga. Surge, a partir disso, um forte movimento pela independência do país.

Em 1932 o Iraque foi declarado independente, embora continuasse com participação intensa da Inglaterra em seu governo. Em 1933, Rhasi I assumiu o trono e, após sua morte, seu filho Faisal II foi coroado em uma iniciativa manipulada pelos ingleses. Faisal II assumiu fortes compromissos com a Inglaterra, o que gerou insatisfação daqueles que clamavam pela verdadeira independência em relação ao poderio britânico.

 

A República do Iraque foi instaurada somente no dia 14 de julho de 1958 por meio de um golpe militar liderado pelo general Kassem. Faisal II e sua família foram brutalmente assassinados.

O golpe iniciou um ciclo de agitações políticas que conduziram Saddam Hussein ao poder em 1979. Um ano após a posse de Hussein, o Iraque, apoiado pelos Estados Unidos, começou uma guerra contra o Irã que durou 8 anos, até os dois países decidirem pelo cessar-fogo. Dois anos depois, o Iraque invadiu o Kuwait (foto ao lado), mas foi duramente reprimido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Os Estados Unidos intervieram com a operação “Tempestade no Deserto”, libertando o Kuwait.

 

Em 2003 o Iraque foi invadido pelos Estados Unidos, com apoio da Inglaterra, contrariando a ONU, desfavorável à invasão. Os norte-americanos, após os ataques terroristas ao seu país em 11 de setembro de 2001, usaram o pretexto de que o Iraque estava construindo e estocando armas de destruição em massa. Até hoje nada foi encontrado.

George W. Bush, então presidente dos Estados Unidos, mudando o foco da invasão, declarou guerra ao “eixo do mal”, no qual Hussein era visto como um dos líderes ditatoriais mais cruéis na história contemporânea. Em 2006, Saddam foi capturado após tentar se esconder do exército norte-americano e sentenciado à morte pelo governo iraquiano.

 

A Síria

 

A atual República Árabe da Síria foi, em tempos ancestrais, território majoritário de uma região denominada Levante (“onde o sol se levanta", visto do Mediterrâneo). Damasco (foto à direita, nos dias atuais), capital da Síria e importante centro econômico do Oriente Médio há séculos, reivindica o título de cidade mais antiga continuamente habitada. Não é para menos: a história do país remonta a tempos imemoriais. Acredita-se que lá tenha habitado Uz, filho de Arão e descendente direto de Noé.

Damasco também foi capital da Dinastia dos Omíadas, composta pelos califas (líderes religiosos e políticos), entre os anos de 661 e 750. Nessa época, a Síria passou a ser vista como um importante centro comercial, atraindo a ambição estrangeira. Muitos povos dominaram a região, até que em 1516 o país passou a ser parte do Império Otomano.

Com o fim da I Guerra Mundial, a Síria foi divida em duas partes: uma sob poder francês e outra sob o jugo britânico. A independência síria foi conquistada somente em 1946. Desde então, a situação política do país tem sido bastante instável. Sucessivas tentativas de golpe para tomar o poder levaram o país ao estado de sítio. Até hoje, a Síria não possui sistema bancário organizado e inúmeros direitos constitucionais dos cidadãos foram sustados.

 

Ao contrário do que muitos acreditam, a Síria é um país laico (a religião não interfere no governo), apesar da predominância muçulmana (74% da população). O regime militar adotado em 1970 por Hafez Al-Assad (à esquerda), um oficial fortemente influenciado pelas ideias soviéticas e que foi presidente até o ano de 2000, impera até os dias atuais, agora com seu filho Bashar Al-Assad, no poder. Qualquer manifestação a favor dos direitos humanos é fortemente reprimida pelo governo. Conforme a Anistia Internacional, presos políticos são perseguidos, torturados e executados sem qualquer forma de defesa.

Por conta das constantes guerras civis, muitos sírios procuraram fugir desse cenário. No ano de 1880 teve início uma maciça migração de sírios para o Brasil, então com fronteiras fortemente abertas a imigrantes.

A maioria deles, na época, foi para o Rio de Janeiro ou São Paulo, onde trabalhavam principalmente no ramo comercial. As lojas na região da Rua 25 de Março, em São Paulo, por exemplo, foram fundadas principalmente por imigrantes sírios e libaneses.

 

A culinária síria, ou da antiga região do Levante, foi muito bem aceita pelo Brasil, hoje presente em praticamente todas as cidades brasileiras. A esfiha, o quibe, a folha de uva recheada (conhecida como “charuto”, também adaptado com o uso de folhas de repolho) e a pita (apelidada aqui como pão sírio), são célebres exemplos da influência gastronômica síria em nosso país.

Apesar dos problemas internos, a Síria é um importante destino turístico. Considerada por muitos o “berço da humanidade”, possui história milenar, refletida em construções preservadas, tombadas como patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), como as Cidades Antigas de Alepo, Bosra (onde fica o anfiteatro romano da foto) e de Damasco, o Sítio de Palmira, o Krak (forte) dos Cavaleiros e a Fortaleza de Saladino.

 

 

…”

 

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