quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

“DO ESCLAVAGISMO EM SI” - A HISTÓRIA SUCINTA DA CULTURA POLÍTICA ESCLAVAGISTA (parte 2 - upgrade)

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Esclavagismos há muitos, de diferente forma e maneira, e (essencialmente) com objetivos ecológicos diferentes.


De entre as diferentes “tipificações” causa impressão a escravatura entre a espécie humana talvez pela irracionalidade política das relações envolvidas entre as “partes outorgantes” de um negócio irreal, porque inexistente na sua conceção formal de contrato que defina a “relação laboral” envolvida.


Ou seja, contada a história de maneira diferente, a Lei do Mais Forte que determina a sorte e o destino dos fracos, e por isso mesmo oprimidos por um sistema sem base legal de funcionamento que não seja a arbitrariedade da superioridade biológica, política ou racial.
Estados Virtuais, portanto, na sua base legal institucionalizada numa perspectiva política e estratégica.


(…)


Os Ingleses terão sido o primeiro “Povo” do mundo a Abolir a Escravatura,

E fizeram ainda mais, lutaram e “armaram” guerras (durante mais de um século) para que outros povos e outras terras fizessem o mesmo – a abolição da escravatura entre a espécie humana.


Tal situação “saiu-lhes cara” e foram combatidos em todos os continentes onde tinham impérios coloniais, com relevo para África, América e Europa.
 

[ a “Guerra dos Bôeres” (1ª e 2ª), de Ingleses contra “Bôeres Holandeses” (Africânderes), nos territórios onde (mais tarde) os segundos iriam fundar a África do Sul (e o “Apartheid”) será o exemplo mais significativo desta “história pós-moderna” da  humanidade ]       


Portugal aboliu a escravatura um século depois dos ingleses e fomos diretamente compelidos a essa “Atitude Política, Estratégica e Militar” por ação do poder da Coroa Inglesa sobre a monarquia portuguesa durante a presença do Rei de Portugal em terras do Brasil na sequência do desenrolar da Guerra Peninsular em território português (“Invasões Francesas”).

[ daí talvez a natureza da nossa “revolta histórica” materializada em contos, hinos e em poesia popular contra os ingleses, e não tanto contra os alemães que invadiram o norte de Moçambique e o sul de Angola durante a primeira metade do século XX – TO 1ª G.M. em África -, ameaçando de forma igualmente séria e importante o império colonial português ]


Aliás, as comemorações com pompa e circunstância política envolvente (e de grande significado simbólico atual) da ocorrência da Guerra Peninsular em Portugal e da heroica resistência do povo português às Invasões Francesas não fazem qualquer referência a este “especto técnico” da história:

_ Porque a questão política principal envolvida no diferendo entre França e Inglaterra (com contágio a Portugal e Espanha) era precisamente a questão do Comércio Esclavagista que os Franceses queriam manter à força do seu poderio naval contra a conduta política e militar dos Ingleses, que pretendiam abolir a escravatura em todos os domínios da Coroa Britânica.

[curiosamente (ou não) parte importante dos mercadores de escravos, comummente conhecidos por Negreiros, eram ingleses]


Portanto, os Soldados de Sua Majestade a Rainha de Inglaterra andam “nisto” há mais de um século da história da humanidade, sendo que a grande maioria dos confrontos políticos e militares mundiais da história recente do mundo envolvem diretamente a questão política do Esclavagismo e da Escravatura Humana.

Por exemplo (subjetivo ou talvez não),

A 1ª Guerra Mundial e a 2ª Guerra Mundial envolvem questões políticas e estratégicas profundamente conotadas com a envolvência sociológica do Esclavagismo;

A mais poderosa e visível de todas será o “Problema Judeu” e a respetiva “Solução Final” de Adolfo Hitler.



(…)



Mais recentemente, haverá a registar a problemática política envolvida nos conflitos nos Balcãs, nas ex-Repúblicas Soviéticas e em Países Africanos que foram colónias de países colonizadores europeus.


[como é o caso de Portugal na Guiné, Angola e Moçambique, da Holanda na África do Sul, de Inglaterra no
Zimbabwe, da Bélgica na República Democrática do Congo, da França na República do Congo ("Congo-Brazzaville") ,   e da Alemanha na região dos Grandes Lagos – Uganda, Tanzânia, Ruanda, Burundi]


(…)


Aparentemente “tudo o mesmo sinal”, o mesmo problema geopolítico e geoestratégico – a Escravatura Humana e a Cultura Esclavagista envolvente.



( etc. …………)




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ANEXOILUSTRAÇÃO TEMÁTICA:


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“…

de:





A escravidão (denominada também escravismo, escravagismo e escravatura) é a prática social em que um ser humano assume direitos de propriedade sobre outro designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força.



Em algumas sociedades, desde os tempos mais remotos, os escravos eram legalmente definidos como uma mercadoria. Os preços variavam conforme as condições físicas, habilidades profissionais, a idade, a procedência e o destino.



A escravidão da era moderna está baseada num forte preconceito racial, segundo o qual o grupo étnico ao qual pertence o comerciante é considerado superior, embora já na Antiguidade as diferenças raciais fossem bastante exaltadas entre os povos escravizadores, principalmente quando havia fortes disparidades fenotípicas.

Nas civilizações escravagistas, não era pela via do aperfeiçoamento técnico dos métodos de produção (que se verifica aquando da Revolução Industrial) que os senhores de escravos procuravam aumentar a sua riqueza.


_ Molinaire diz que, em geral, o trabalho do liberto é um terço menos produtivo que o trabalho do escravo, sendo necessários dez libertos para os serviços que eram feitos por sete escravos.

(…)


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de:




Bota Acima

Blogue de João Tunes
Cada etapa da história tem o seu tempo e só pode ser analisada em função desse tempo.

Mas existem fases bárbaras, tão bárbaras, que mesmo atendendo à circunstância, aos usos e costumes, à cultura, às relações de domínio e de sobrevivência, nos custam incorporar na marcha da história e na evolução da civilização.

Mesmo usando a moderação da distância, a Inquisição e a Escravatura, por exemplo, custam a engolir.

Como as barbáries nazis e bolchevique (tão quase gémeas entre si), estas mais próximas de nós e que ainda estendem tentáculos até aos nossos dias na influência ideológica, nos paradigmas de suporte e até em poderes sobreviventes (periféricos mas reais).

A Escravatura, pela duração e pela brutalidade do negacionismo absoluto do ser humano, sempre me impressionou. E estremece-me saber que, durante seis séculos!, nós, os portugueses, fomos esclavagistas e especialistas na matéria.

Em visitas a África, especialmente em Cabo Verde (na Cidade Velha perto da cidade da Praia) e em Angola (a sul de Luanda frente a Mussulo), visitei, sempre com um misto de espanto e de vergonha, sinais sobreviventes dos mercados de escravos construídos e geridos pelos portugueses.
 

(…)


De facto, a escravatura era prática habitual e culturalizada na maior parte das tribos africanas antes da nossa chegada. Se havia as chamadas “razias” em que os escravos eram arrebanhados, metidos em cativeiro e arrastados para os centros negreiros, muito do comércio de escravos era feito em negócio direto com os chefes das tribos que os vendiam aos portugueses (e a outros) como mercadoria de sua posse.

O que nós fizemos foi globalizar e intensificar esse mercado, exponenciando os seus lucros, sobretudo após as ocupações nas Américas.
 

Aliás, quando a escravatura foi oficialmente abolida (embora até ao início do século XX ela se mantivesse em franjas de mercado paralelo) pelos portugueses, em atraso muitos anos do abolicionismo inglês e sob pressão deste, foi uma carga de trabalhos (provocando várias expedições com essa finalidade) convencer muitos dos chefes tribais africanos do fim daquele negócio em que assentava muito do seu poderio.
 

Até porque as novas formas de exploração colonial que sucederam à escravatura (trabalho forçado, trabalho “contratado”) não se distanciavam assim tanto da brutalidade exploradora mas retiravam fonte importante de receitas aos chefes tribais.

(…)

…”
 

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